A minha experiência na amamentação
(antes de mais peço desculpa pelo gigantesco atraso na publicação deste post, que foi feito, literalmente às prestações desde o início de Agosto)
Ora bem!
Se havia coisa que me assustava nos primeiros tempos de maternidade, não era o parto, não eram as noites em branco nem sequer o choro sem razão, era sim a amamentação.
Desde que desejei ser mãe que sempre quis amamentar. Primo pela minha saúde e tento levar ao máximo um estilo de vida saudável e equilibrado, e, tendo em conta a minha forma de ver a vida, para mim fazia todo o sentido alimentar o meu bebé com o meu leite. Já para não falar de todas as evidências de que o leite materno, principalmente no primeiro ano de vida, é sem dúvida o melhor alimento que podemos dar aos nossos filhos.
Sei que há muitas mães que optam pura e simplesmente por não amamentar. Não tenho rigorosamente nada contra. É de facto uma tarefa que exige um esforço da nossa parte, dedicação e sobretudo tempo. Muito tempo. Sei também que há muitas outras mães que infelizmente não conseguiram ter sucesso neste campo, por variadas razões, desde as dolorosas mastites à pouca produção de leite, há toda uma panóplia de razões para que esta tarefa seja interrompida sem conseguirmos fazer nada para o evitar.
O Thomas tem neste momento 1 mês de vida - e apesar de muito do que se passou nas primeiras 48h pós-parto faça agora parte de uma amálgama de sensações pouco claras e bastante confusas em termos de time-line, se eu puxar bem por esta cabeça semi dormente, acho que consigo retratar algumas das dificuldades que senti nos primeiros dias.
Prefiro explicar tudo respondendo a algumas perguntas:
Tiveste leite nos primeiros dias?
Não. Ora bem, se eu não soubesse disto de ante-mão, o mais provável era ter entrado logo em pânico e pedido ao marido para ir a correr comprar leite em pó e um biberão. A verdade é que toda a pesquisa que fiz e aulas pré-parto às quais assisti foram indispensáveis para que o meu coração sossegasse.
O que eu tive foi colostro - o dito santo graal do leite materno - as primeiras gotas sagradas que devemos dar ao nosso bebé assim que nasce - funciona como a primeira vacina e ajuda na imunidade e toda uma série de benefícios para as nossas crias.
Achava eu que iria começar logo a jorrar leite, qual cataratas do Iguaçú, pronta a dar e quiçá vender o meu poderoso elixir da vida - a verdade é que foram apenas umas gotinhas envergonhadas de tom amarelo - chamei-lhe o turmeric latte - que eram suficientes para um bebé que tem o estômago do tamanho de uma azeitona (outro pormenor importante a reter - eles são pequeninos, não conseguem mamar logo uma litrosa.)
Quando é que começaste a ter leite a sério?
Fiquei nem 48h no hospital, e até chegar a casa a única coisa que tinha era mesmo as tais pequenas gotas de colostro. Continuei assim durante a primeira noite em casa, noite que, até agora, foi a pior de todas tendo em conta que dormi umas 2h e nem foram seguidas - o bebé estava sempre a pedir mama - o que é normal porque para além de eu ainda não ter um fluxo decente, ele só precisava das tais gotinhas, gotinhas essas que demoravam muito pouco tempo a digerir até ele pedir mais. Para além de que esta noite específica veio ajudar na estimulação para que o leite "a sério" viesse mais rápido. E veio! Na noite seguinte, finalmente veio o tão esperado fluxo de leite.
Dói?
Não me vou estar aqui a armar em super - mulher por isso, aqui vai: Sim. Dói, e não é pouco! Mas, posso já tranquilizar-vos - não é sempre assim.
O início é sempre doloroso, porque:
1. não estamos habituadas a ter um ser a sugar seja o que for das nossas maminhas;
2. o encaixe da boca no mamilo é sempre desafiante - apesar do bebé nascer com o instinto de mamar, muitos não sabem como fazê-lo e começam por agarrar apenas no mamilo entalando-o nas gengivas - e digo-vos, se isto não for corrigido podem dizer adeus aos vosso mamilos porque, muito provavelmente cairão no chão mais cedo ou mais tarde.
3. as subidas de leite são desconfortáveis - maminhas gigantes, quentes, doridas e cheias de caroços de leite - porque o nosso corpo ainda não sabe quanto leite precisa de produzir para o nosso pequeno - tudo dependerá do que o bebé pedir e às vezes só passado 2 meses é que entramos em modo cruzeiro. Eu, por exemplo, estou a caminho do mês e meio e já sinto a coisa a normalizar.
Eu tive mais dores na primeira semana, porque o bebé ainda estava a aprender a agarrar bem e acabou por fazer uma bolha num mamilo e uma greta no outro - mas nada que não passe com uma manteiga de cacau hidratante, ou com Purelan. Eu usei uma manteiga hidratante da Earth Mama e dei-me muito bem - uso ainda hoje para manter tudo hidratado.
Fazes horários para amamentar?
Pus alarmes para acordar na primeira semana, porque tinha medo de não acordar - eu sei que com o instinto maternal apurado acordamos até com o piscar de olhos do bebé - mas eu mesmo assim tive receio e também não convinha que o bebé dormisse mais do que as 3h seguidas sem mamar nos primeiros dias porque eles perdem sempre peso depois de nascer.
Foi livre demanda desde o início, apesar de agora já ter o seu ritmo regulado - 3h em 3h ou 4h em 4h dependendo do dia - mas mesmo assim ainda levo com um dia em que o rapaz não me larga um segundo (normal nos picos de crescimento).
Quem optar por amamentar vai andar sempre com a maminha de fora, e não vale a pena andar a temporizar a coisa - a não ser que o bebé esteja com um peso abaixo do normal e precise de comer mais para engordar - aí vão ter inclusive de o acordar para ele comer.
Como já devem ter visto pelas fotografias do meu pequeno - e gorducho - Buddha, não é o nosso caso. Ele até já tem refegos, REFEGOS! Com pouco mais de 1 mês!
Cada caso é um caso e os bebés são todos diferentes. Nesta situação aconselho sempre a vigiar o peso com um pediatra e seguir o que ele recomendar.
Este post já vai longo, por isso, caso tenha mais alguma coisa para partilhar, farei outro no futuro.
Espero que vos sirva! :)
Love,
Sam